Depois de 14 anos, Governo Federal assina aumento do piso salarial para professores

PROFESSORA JULIANA REIS (MG) COMENTA A PORTARIA E SEUS IMPACTOS.

No dia 27 de janeiro de 2022, foi assinada a portaria que torna vigente o aumento do piso salarial para os professores da rede pública de ensino de todo o país.Considerada a maior correção desde que a Lei do Piso surgiu em 2008, o ajuste de 33,24% sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro e o  ministro da Educação Milton Ribeiro, já era previsto na mesma legislação e deveria ser anual, mas somente em 2022 o valor subiu de R$2.886 para R$3.845,63.

O piso salarial trata-se do valor mínimo que deve ser pago aos docentes, neste caso, os professores do magistério público da educação básica, em início de carreira e jornada de 40 horas semanais de trabalho.     Além dos docentes, diretores, coordenadores pedagógicos, inspetores, supervisores, orientadores e planejadores escolares em início de carreira também serão beneficiados por esse aumento. Ao todo serão mais de 1,7 milhões de pessoas contempladas.

A professora Juliana Reis, do Núcleo Conectando Saberes de Uberaba (MG), há mais de 18 anos como professora de Ciências e Biologia na educação básica e que atualmente atua como coordenadora pedagógica, pontua a importância do reajuste. “Ele corrige a defasagem salarial por anos e representa a valorização dos docentes que assumem um papel decisivo na formação das futuras gerações do nosso país. Enquanto a educação não for prioridade nos planos de governo continuaremos com elevados índices de analfabetismo, reprovação e evasão escolar e o Brasil mais desigual e menos autônomo”.

Contudo, como nem tudo é tão bom quanto parece, ainda existem percalços no caminho. O impacto será de R$30,46 bilhões para os cofres dos municípios e por isso a Frente Nacional de Prefeitos já alegou que esse reajuste é impraticável.

Ademais, a ação de aumento causaria um grande rombo na folha de pagamento,  que acarretaria dificuldades em manter as contribuições para a Previdência em dia. No entanto, a classe mantém a esperança. “Mas para além disso, é preciso estruturar um plano de cargos e salários atrativos para a educação básica. A carreira docente da educação básica também poderia ter uma diretriz nacional”, reforça Juliana.

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